SOCICORREIA mantém vendas e projetos

"Empresa imobiliária e de construção reinventou-se na crise da covid-19. Em curso, estão oito construções, duas delas na Madeira, onde o grupo emprega entre 150 a 200 pessoas.

O Grupo SOCICORREIA, através das suas empresas de imobiliário e construção, iniciou o ano com projetos ambiciosos, avaliados em mais de 100 milhões de euros e distribuídos por quatro regiões: a Madeira, que vai receber a maior fatia do investimento, Lisboa, Braga e Açores.

No final de março, contudo, a construtora de Custódio Correia viu-se forçada a parar as obras no Funchal, em consequência da pandemia da Covid 19 que afetou a Região. No resto do Pais, as empreitadas prosseguiram, sujeitas a condicionamentos, como dificuldades no acesso a materiais e na deslocação dos trabalhadores. A empresa ajustou-se as circunstâncias, alterou metodologias de trabalho e conseguiu manter as vendas e dar seguimento aos seus projetos.

É preciso, de facto, enaltecer as políticas adotadas na Região. Ter poucos casos de covid-19 vai ajudar-nos na retoma da economia e na criação de um sentimento de segurança que pode ser canalizado para a atração de investimento". observa Elisabete Pestana, que faz parte do concelho de administração do Grupo SOCICORREIA, reforçando a importância dos planos de contingência.

Mesmo antes da suspensão das obras na Madeira, o grupo já havia adotado um programa de contingência global que determinada a medição da temperatura duas vezes ao dia, entre os funcionários das obras e dos escritórios, assim como a higienização de espaços e dos trabalhadores antes e depois do horário de trabalho.

"Reduzimos também a ocupação das carrinhas de transporte de trabalhadores, implementamos o uso de máscaras e regras de distanciamento que incluem as obras. São procedimentos diários e contínuos que requerem algum tempo, mas os nossos trabalhadores adaptaram-se bem", conta Elisabete Pestana.

Cerca de 200 trabalhadores na Madeira

A SOCICORREIA iniciou a sua atividade na Madeira, em 2006, e é na Região que concentra o maior número de trabalhadores, entre 150 a 200. O grupo tem 10 empresas que asseguraram todas as fases dos projetos, da construção à engenharia, à promoção imobiliária e comercialização até a decoração dos apartamentos.

Antes de a Covid-19 chegar ao arquipélago, estavam previstos quatro projetos para o Funchal - os Edifícios Século XXI 14, Século XXI 17, outro empreendimento nas Virtudes e o empreendimento da VARINO (sociedade detida pelo Grupo AFA e pela Socicorreia) na Estrada Monumental. A paragem adiou os prazos definidos, mas não vai impedir a sua concretização.

Todavia, apesar da retoma da construção civil da Madeira, os efeitos financeiros da paragem da construção civil fazem-se sentir este mês. A SOCICORREIA optou por não recorrer ao novo regime de lay-off simplificado, concedendo, ao invés, férias aos trabalhadores, e assegurando na integra todas as remunerações. Mas, para minimizar os elevados custos com a suspensão das obras e o impacto do Covid na Região, garantindo ainda a manutenção de todos os postos de trabalho, a empresa candidatou-se à linha regional de apoio à tesouraria, a Invest RAM Covid-19.

"Consideramos que a linha regional é muito boa. Tem a possibilidade de ser a fundo perdido, a taxa de juro é zero-é um financiamento com características muito próprias-, pelo que acaba por ser uma linha bem mais vantajosa para o propósito de salvaguardar postos de trabalho", refere Elisabete Pestana

Covid-19 atrasou Século XXI 14, agora previsto para julho

Empresa espera avançar, este ano, com o projeto da VARINO, na Estrada Monumental Lido.

Apesar da pandemia. a Socicorreia mantém os planos de investimento na Madeira.

Com a retoma da atividade na construção civil, a empresa reiniciou a construção do Edificio Século XXI 14 que se prevê concluir até ao verão, colocando assim no mercado regional mais 36 apartamentos.Dar início ao Edifício Século XXI 17 que será o último deste empreendimento no Ribeiro Seco, é outro dos objetivos.

Elisabete Pestana acredita também que, este ano, o grupo vai conseguir dar o primeiro passo para o avanço do empreendimento da VARINO, na Estrada Monumental.

Na Madeira, a Socicorreia tem ainda em fase de projeto um novo empreendimento, a construir nas Virtudes. Em Braga, arrancou já o Edifício Chãos de Braga e, em Lisboa, vai iniciar, dentro de 30 dias, o Edifício Século XXI 16 e o Edifício VARINO 03, este último em parceria com o Grupo AFA.

A empresa está também no arquipélago dos Açores, com três Edifícios em andamento. Um deles, o Sea Lux foi lançado há duas semanas e já regista uma forte procura entre os investidores locais, dada a sua excelente localização, junto ao mar e à qualidade e exclusividade do projeto.

Temos ainda outro em fase de projeto, nos Açores, e estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para contribuir para a dinamização da economia no nosso País" conclui Elisabete Pestana.

Às preocupações económicas, a Socicorreia faz questão de juntar responsabilidades sociais e solidárias. No atual quadro de pandemia, a empresa doou dois ventiladores
ao Serviço Regional de Saúde (SESARAM) e tem apoiado várias entidades na aquisição de máscaras para proteção individual.

Segurança transmitida pela Madeira vai ajudar negócio imobiliário

Socicorreia acredita que os preços da habitação vão manter-se e que a evolução da covid-19 na Região é uma vantagem para atrair investimento.

"Mesmo com a pandemia, fechámos negócios e realizámos vendas", regozija-se Elisabete Pestana.

Já familiarizada com as video-conferências e os contactos através das redes sociais, a empresa reforçou estes procedimentos. Os contactos via telefone também foram privilegiados para colmatar a quebra nas visitas presenciais. Ainda assim, nem tudo foi fácil.

"Sentimos os atrasos em alguns edifícios, nomeadamente na realização das escrituras. Algumas ainda não se efetivaram por dificuldade de deslocação, sobretudo no caso dos clientes que estão fora do País", explica Elisabete Pestana.

"Tínhamos uma obra que contávamos que ficasse pronta para escriturar até fim de maio/início de junho, mas a paragem da obra, o fecho de fábricas de fornecimento e os condicionamentos do aeroporto (temos trabalhadores que precisam de vir à Madeira instalar alguns equipamentos) atrasou o projeto", constata

A contingência de a banca estar focada no despacho das linhas de apoio à Covid e, portanto, menos disponível para a avaliação de projetos, também condicionou a atividade imobiliária da SOCICORREIA.

A empresa adotou então formas de sensibilizar e chegar aos clientes, conseguindo manter as vendas.

"O que mudou é que antigamente fazíamos, com muita facilidade, várias visitas e agora só acontecem por marcação e mais orientados. A assinatura digital já era possível e estamos a fazer das duas formas. Presencialmente, garantimos todas as regras de segurança", refere a responsável da Socicorreia.

Em alguns casos, diz Elisabete Pestana, "as vendas até aumentaram" porque quem tem poder de compra "não tem receio de investir no imobiliário". Contrariamente a algumas previsões menos otimistas, a gestora acredita que os preços da habitação vão manter-se e que o setor vai conseguir coexistir com a realidade da Covid-19.

Para Elisabete Pestana, a forma como a Madeira geriu a pandemia e o facto do País, no seu todo, não apresentar um quadro tão negativa quanto, por exemplo, a Espanha, a França e a Itália, pode ser um elemento encorajador ao investimento estrangeiro.

Soma-se a estas variáveis, o facto de a Madeira poder continuar a beneficiar dos 'vistos gold', o que também se afigura uma mais-valia na captação de investidores externos para o setor imobiliário.

A marca de edifícios 'Século XXI' nasceu em 2006 com a promoção dos primeiros projetos imobiliários na Madeira pelo Grupo Socicorreia, liderado pelo promotor Bracarense, Custódio Correia, com uma carreira de 30 anos ligada à fileira da construção e imobiliário.

Custódio Correia seguiu as pegadas do seu pai que já era empreiteiro. Em 1996, mudou-se para os Açores. para a ilha Terceira, para concorrer a obras públicas, mas pouco tempo depois, em 1997, optou por se instalar na Madeira, onde acabou por fundar e sediar o grupo Socicorreia.

JM